O EMBLEMA

 

O emblema da Academia Brasileira de Médicos Escritores – Abrames remonta a seus primórdios, uma vez que já estava consignado no convite para a solenidade de instalação do silogeu, acontecida em 26 de maio de 1989, no auditório do Palácio da Cultura Gustavo Capanema, na cidade maravilhosa do Rio de Janeiro.

Consta na ata de instalação da Abrames que Marco Aurélio Caldas Barbosa, fundador do silogeu e seu primeiro presidente, foi o responsável pelo desenvolvimento do emblema da entidade, entre outros atributos. Eis as palavras de Manoel Baliú Monteiro: “Foi ele que planejou a medalha, desenhou os diplomas, supervisionou os estatutos, delineou a bandeira, previu o escudo, organizou esta festa.”

O emblema (Figura 1) apresenta um formato circular, tendo ao centro o símbolo de Asclépio* sobre uma pena, significando respectivamente a arte médica intimamente interligada com a arte de escrever. Ao seu redor, em forma semicircular e simétrica, há dois ramos de oliveiras, que podem aludir àquelas dispostas no altar do templo dedicado à deusa da sabedoria e da inteligência – Atena, edificado no mesmo lugar onde foi enterrado o glorioso herói mitológico Akademus. Externamente, em forma circular encontra-se escrito em letras maiúsculas o nome do sodalício: “ACADEMIA BRASILEIRA DE MÉDICOS ESCRITORES”. A propósito, o “DE” por motivos estéticos, encontra-se centralizado, logo abaixo do bastão de Asclépio.



                                                                              Adendo*

1. O símbolo de Asclépio – deus da medicina (Figura 2) – originou-se na mitologia grega. Trata-se simplesmente de uma cobra enrolada num cajado ou bastão tosco. Não há unanimidade de opiniões entre os historiadores da medicina sobre o simbolismo do bastão e da serpente.



Figura 2 – Asclépio, deus da medicina com o bastão enrolado por uma cobra.

O bastão pode significar “árvore da vida, com seu ciclo de morte e renascimento”; “símbolo da magia ou do poder, como a vara de Moisés” e “apoio para caminhar como o cajado dos pastores” (Figura 3).


Figura 3 – Símbolo da Medicina.



A serpente pode significar o “símbolo do bem e do mal”, ou seja, “da saúde e da doença”; “símbolo do poder de rejuvenescimento, pela troca periódica da pele”; “símbolo da sagacidade” e “elemento que intercomunica o mundo subterrâneo com a superfície terrestre”, ou analogamente “o elo entre o mundo visível e o invisível”.

O símbolo de Asclépio, a partir do século XVI, foi adotado como símbolo da Medicina.


2. O símbolo de Hermes ou caduceu que, outrossim, tem origem na mitologia grega, para alguns também representa a medicina (Figuras 4). Consiste de um bastão melhor trabalhado, com duas asas na sua extremidade superior. Há quem refira que seria formado de ouro. Em torno dele dispõem-se duas serpentes enroscadas em espirais ascendentes, simétricas e opostas.

O símbolo de Hermes (Figura 5) representa o deus do comércio, dos viajantes e das estradas e foi introduzido tardiamente na simbologia médica.


                                                       Figura 4 – O caduceu de Hermes.                       Figura 5 – Figura de Hermes com o caduceu.



Tanto o símbolo de Asclépio quanto o de Hermes chegaram até nós de forma eloqüente pela cultura helenística. Entretanto, faz-se mister mencionar, neste particular, que os gregos receberam influências da civilização sumeriana que existia na antiga Mesopotâmia 3.000 anos antes de Cristo.

Assim, cerca de oito séculos antes, os sumérios representavam seu deus Ningishizida, o protetor das plantas, com duas serpentes que cresciam de seus ombros. A serpente era para eles o símbolo da juventude e da saúde.

Posteriormente, o símbolo da saúde passou a ser representado por duas serpentes enroladas num cajado. Essa forma persistiu até o reinado de Hamurabi (1728 a.C. – 1686 a.C.), sexto rei da dinastia babilônica, que deixou apenas uma serpente nesse símbolo.

Hamurabi ficou famoso, pois em seu reinado, por volta do ano 1700 a.C., foi redigido um dos mais antigos conjuntos de leis jamais encontrados na história da humanidade).



II – Colar Acadêmico

O colar acadêmico consta de uma medalha circular dourada, de aproximadamente seis centímetros de diâmetro, presa, em sua porção superior, por uma faixa de coloração verde, para uso cervical.

No reverso da medalha encontra-se gravado o emblema da academia, como anteriormente descrito (Figura 7).

No seu anverso tem-se, ao centro, o busto do patrono, com seu nome gravado no semicírculo superior, em letras maiúsculas: “DR. MANUEL ANTÔNIO DE ALMEIDA”, e, no inferior, também em letras maiúsculas: * “FUNDADA EM 17 – XI – 87” * (Figura 8).


                                                                Figura 7 – Reverso da medalha do colar acadêmico.




                                                                     Figura 8 – Anverso da medalha do colar acadêmico.



Fonte: Begliomini, Helio Academia Brasileira de Médico Escritores : vinte anos de história / Helio Begliomini. — São Paulo : Expressão e Arte Editora, 2007.